Para as estacas tipo hélice contínua, as fases de
execução são poucas:
Perfuração, concretagem simultânea à extração da hélice e
colocação da armação.
Estas etapas serão detalhadas a seguir.
PERFURAÇÃO
A peça que faz a perfuração,a hélice propriamente dita, é
composta de chapas em espiral que se desenvolvem, como uma hélice, em torno de
tubo central. Sua extremidade inferior é composta de garras que permitem
cortar o terreno , e de uma tampa destinada a impedir a entrada de solo no tubo
central durante a escavação, e permitir a saída de concreto durante a
concretagem.
O processo de perfuração consiste na introdução da hélice
no terreno, por meio de movimento rotacional proveniente de motores hidráulicos
acoplados na extremidade superior da hélice, até a cota de projeto, sem que em
nenhum momento, a hélice seja retirada da perfuração, ou seja, o processo de
perfurção e concretagem são finalizados ao mesmo tempo.
Devido a esta principal característica das estacas hélice
contínua, a de não permitir alívio do solo durante as etapas de escavação e
concretagem, torna-se possível a sua execução tanto em solos coesivos como
arenosos, na presença ou não de lençol freático.
CONCRETAGEM
Concretagem
de estacas utilizando uma bomba lança.
A pressão do concreto (obrigatoriamente positiva) é
controlada de forma que este preencha os vazios causados pela extração da
hélice, até a superfície do terreno, ou atinja a cota de topo da estaca, se
esta for inferior a da superfície.
O traço do concreto normalmente utilizado é:
- Relação água cimento ≤ 0,6 e pedra 0 (dimensão máxima característica 12,5 mm);
- Consumo de cimento mínimo 400 kg/m3 (não recomenda-se o uso de cimento ARI);
- Fator percentual de argamassa em massa ≥ 55% (massa do cimento + massa dos agregados miúdos)*100/massa dos agregados graúdos);
- A NBR 7211 permiti o uso de agregados miúdos artificiais;
Normalmente é utilizada bomba de concreto acoplada ao
equipamento de perfuração através de mangueira flexível de 100mm de diâmetro
interno, mas a bomba tipo lança também pode ser utilizada.
Conforma o concreto é introduzido sob pressão no furo, o trado vai sendo erguido
gradativamente de forma a garantir a não ocorrência de solo na massa de
concreto. Este monitoramento, controlado por computador e posicionado na
plataforma de operação do trado, torna possível estabelecer o diâmetro
específico da estaca concretada metro a metro.
Sob condições normais o diâmetro efetivo da estaca é de ordem de 15% a 20% superior
ao do furo, acarretando aos volumes adicionais em torno de 20% a 30%,
relativamente ao previsto no projeto.
O
comprimento limite das estacas atualmente é de 27 (vinte e sete) metros,
compatível com a extensão do trado mecânico em hélice contínua.
Quanto a velocidade de extração da hélice do terreno,
esta deve ser tal que mantenha a pressão de injeção do concreto positiva. O
preenchimento da estaca com concreto é normalmente executado até a superfície
de trabalho, sendo possível o seu arrasamento abaixo da superfície do terreno,
guardadas as precauções quanto a estabilidade do furo no trecho não concretado
e a colocação da armação. A limpeza da hélice pode ser feita manualmente ou por
limpador de acionamento hidráulico ou mecânico acoplado ao equipamento.
INSERÇÃO DAS ARMADURAS
Inserção
de armaduras com auxílio de uma escavadeira hidráulica.
A armação, em forma de gaiola (O vergalhões na ponta da
estaca são amarrados para facilitar a inserção no concreto), é introduzida na
estaca por gravidade ou com auxílio de um pilão de pequena carga, de um
vibrador ou máquina pesada, como uma retroescavadeira por exemplo.
As estacas submetidas a esforços de compressão levam uma
armação no topo, em geral de dois metros de comprimento.
No caso de estacas submetidas a esforços
transversais ou de tração será possível a introdução de armação de maior
comprimento já tendo se conseguido a introdução de 17 metros de armação. Esses
esforços transversais ocorrem principalmente quando o pilar sobre as estacas
possui uma altura muito elevada (Em galpões, por exemplo) e a força do vento
acaba causando flambagem neste pilar que transfere este esforço às estacas.
No caso de armações longas, as gaiolas devem ser
constituídas de barras grossas e estribo espiral soldado na armação
longitudinal para evitar a sua deformação durante a introdução no fuste da
estaca.
Estaca hélice contínua vale a pena conhecer e aplicar nas fundações
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